terça-feira, 18 de agosto de 2015

Maceió tem 80 mil pessoas analfabetas

Ana Dayse (Secretária Municipal de Educação)
Diagnóstico sobre analfabetismo na capital alagoana foi apresentado nesta segunda-feira (17)

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) realizou nesta segunda-feira (17) uma oficina técnica para apresentar o diagnóstico preliminar da primeira etapa sobre o analfabetismo em Maceió. Segundo Rafael Osório, diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC), os dados do Censo identificaram 80 mil pessoas analfabetas na capital alagoana. 

"É uma experiência inovadora e Maceió sai na frente e não vai desenvolver política pública no escuro", destacou o pesquisador, relatando que não há registro de outro município ou estado que tenha feito esse levantamento. Para o representante do IPC, esta etapa é de contextualização e descrição densa por meio de base de dados. Com base nela, Maceió poderá dimensionar uma realidade na área.

"Além disso, existe a necessidade de combater o analfabetismo para atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), por exemplo, mas estamos aqui para, com o apoio dos dados e da equipe técnica, desenvolver uma proposição de política de educação de jovens e adultos", completou Osório.

Apesar de validar dados conhecidos, como o alto número de analfabetos, a pesquisa aponta um resultado significativamente positivo: na capital, os estudantes que têm acesso à Rede Municipal de Ensino e que estão em idade escolar correta, são devidamente alfabetizados.

Para a secretária de Educação, Ana Dayse Dorea, este indicador é reflexo das ações do Viva Escola, programa de reestruturação da Rede de Maceió. Entretanto, para a gestora, o maior desafio está em alfabetizar os jovens e os adultos. "Já conhecemos os dados, mas queremos identificar as causas. Nós encomendamos essa pesquisa para traçar propostas e estratégias efetivas. Pela primeira vez, Maceió age desta forma sistêmica. Com isso, saberemos o que fazer, quando fazer e como fazer".

Mauro José da Silva, diretor de Políticas de Alfabetização de Jovens e Adultos da SECADI/MEC também participou da apresentação da pesquisa. Para Silva, o segmento de jovens e adultos é estratégico para melhoria da educação no País. "O MEC já estuda um projeto baseado na dinâmica de educação ao longo da vida, para garantir o direito de aprender e continuar aprendendo independente da idade e grau de escolaridade obtido. Sabemos que Alagoas tem índices baixos e, estar aqui representa um esforço e a necessidade de superação dos índices, principalmente em Maceió, que tem a maior população do Estado".

Esta pesquisa diagnóstica foi apoiada pelo PNUD. Segundo Rita Ippólito, essa pesquisa fornecerá insumos para o desenvolvimento de políticas de educação. "Maceió está revendo o perfil dos jovens que estão fora da escola. Precisamos construir alternativas que sejam atraentes para que eles fiquem ou voltem à escola, porque eles se queixam que a escola não é atrativa".

Durante toda o dia, cerca de 60 profissionais da educação da Rede Pública de Maceió terão acesso à apresentação dos resultados e participam de oficinas para elaboração da proposta para educação de jovens de adultos. Professores e o pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Alagoas, representantes da Secretaria de Estado da Educação e do Fórum Permanente de Educação de Jovens e Adultos também participam do evento.

Fonte:Gazetaweb

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